Em uma época em que os treinadores estrangeiros estão em alta no futebol nacional, um treinador brasileiro que fez grande parte de sua carreira no exterior quer voltar ao Brasil para iniciar uma trajetória no país. Beto Bianchi acumula trabalhos em vários continentes, mas nunca treinou uma equipe brasileira, o que se torna um objetivo do treinador.
Em entrevista à reportagem, o treinador que já passou pelo futebol africano, asiático e europeu afirmou que voltar a trabalhar no futebol brasileiro é a sua prioridade após a passagem no Petro Atletico, um dos mais importantes clubes da Angola:
“Posso dizer que sim, seria um dos objetivos prioritários. Depois de trabalhar em vários países, seria um prazer voltar para o Brasil como treinador. Tenho metas e analisando o futebol atual depois de conhecer tantas culturas diferentes no futebol, penso que é o momento ideal para trabalhar no Brasil.”
Já experiente, Beto comentou sobre os trabalhos que realizou em outros países e que em todos os locais que esteve foram importantes para agregar algo em sua carreira:
“Depois da experiência que eu tive na Europa, Ásia, Arábia e África, me considero um treinador privilegiado. Poucos treinadores tiveram essas experiências com culturas tão diversas. Em cada país aprendemos alguma coisa nova. Mesmo que seja em um país a onde o futebol ainda não está tão desenvolvido. Encontramos situações e dificuldades que talvez em países mais desenvolvidos não as encontra e isso faz com que o treinador vai fortalecendo em todos os aspectos possíveis. Para mim foi muito importante no meu crescimento como profissional. Não falo só de conceitos físicos, técnicos, táticos e psicológicos.”
Confira outros trechos da entrevista de Beto Bianchi:
Estilo de jogo para as equipes que treina:
“Todos os treinadores têm o ‘nosso livro’, ou seja, cada um tem o seu estilo e métodos de trabalho e todos são respeitáveis. As equipes que treino se destacam pela disciplina táctica e pela intensidade que treinam e jogam e unindo com uma circulação rápida da bola, controle do jogo e chegadas rápidas a área adversária para finalização, dão um estilo de jogo bem atrativo, onde todos devem trabalhar muito dentro de campo. Quero deixar claro que ‘disciplina tática’ não resta a criatividade de um jogador, porque isso não impede que um jogador tenha criatividade em certo setor do campo. Também diria que as minhas equipes sempre são bem preparadas a estratégia defensiva e ofensiva. Quando falo estratégia aqui na Espanha referimos a ações da bola parada e não como vamos jogar. Penso que no futebol temos o dever como treinador saber e passar essas informações aos jogadores todas as ações que um rival poderá nos surpreender a bola parada e também como podemos fazer dano a eles. Não podemos ser competitivos utilizando a improvisação.”
Buscar equilíbrio durante os jogos:
Não me considero um treinador nem ofensivo nem defensivo. Porque acho que dependendo da situação do jogo, há momentos que você deve ser mais defensivo e outros momentos você tem que ser mais ofensivo. É muito importante que exista um grande equilíbrio na equipe. E sempre digo que a melhor defesa é um bom ataque e quanto mais longe o rival tem a bola da nossa área melhor. Para isso gosto de fazer uma pressão alta e na perda da bola quanto antes recuperar-lá melhor.
Objetivos futuros:
No futebol é muito difícil você marcar objetivos. Eu nunca pensava que iria para África e seria treinador da seleção nacional do país, só tinha como meta trabalhar duro no clube que me tinha contratado e aconteceu. Por isso acho que no futebol temos que pensar só em trabalhar duro dia a dia. Os objetivos vamos marcando segundo as coisas vão sucedendo. Sonhos sim que podemos ter e um deles que eu tenho é trabalhar no futebol brasileiro.